17 de out. de 2006

O elemento 118


SÃO FRACISCO (Reuters), 16 de outubro - Cientistas norte-americanos e russos anunciaram nesta segunda-feira a descoberta de um elemento químico superpesado, o de número 118 na tabela periódica. Na verdade, foram detectados apenas três átomos, com duração de frações de segundo, ao longo de meses de experimentos.
A última descoberta de um elemento presente na natureza foi em 1925, mas desde então os cientistas tentam criar elementos ainda mais pesados em laboratório.
Nesta experiência, os cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, da Califórnia (EUA), e do Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear, de Dubna (Rússia), bombardearam átomos de califórnio com íons de cálcio para criar o elemento 118, o mais pesado já surgido em experimentos do gênero.
"Penso nisso como qualquer outra jornada a um novo lugar. Por que você quer ir à Lua? Por que quer subir o monte Everest?", comparou Nancy Stoyer, membro da equipe do Livermore. "Descobrir algo novo é interessante. Descobrir experimentalmente ajuda os teóricos a entenderem o que realmente funciona na sua teoria e lhes dá mais coisas para procurar."
O primeiro átomo do elemento 118, segundo os cientistas, foi obtido em 2002. Outros dois surgiram em 2005, numa segunda rodada de experiências, quando foram lançados 10 elevado a 19 (o número 1 seguido por 19 zeros) íons de cálcio sobre o califórnio.
Esses átomos do elemento 118 - batizado de ununócio - duraram 0,9 milisegundos.
Em 2002, cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, também da Califórnia, anunciaram a descoberta do elemento 188, mas posteriormente foi demonstrado que isso era uma fraude.
"Selecionamos uma reação nuclear completamente diferente, realizada com pessoas completamente diferentes em diferentes laboratórios", disse Ken Moody, chefe da equipe do Livermore, a jornalistas. "Tudo que fazemos é checado e re-checado."
Os últimos elementos descobertos, o 113 e o 115, foram anunciados em 2004.
O grupo que achou o 118 agora quer encontrar o elemento 120, de modo que os estudantes de químico talvez tenham de substituir novamente suas tabelas periódicas no futuro.
Reportagem de Adam Tanner
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