27 de set. de 2006

Cirurgia feita em gravidade zero

A equipe médica, formada por três cirurgiões e dois anestesistas, retirou um cisto sebáceo do antebraço de um homem de 46 anos que foi anestesiado em terra. O paciente, Philippe Sanchot, ficou preso a uma mesa de operações, assim como os instrumentos cirúrgicos, neste caso graças a potentes ímãs. "Agora sabemos que um ser humano pode ser operado no espaço sem muitas dificuldades", afirmou Martin, do hospital universitário de Bordeaux, no sudoeste da França, em entrevista coletiva após a cirurgia. A operação foi feita em "menos de dez minutos" e em condições semelhantes às que ocorrem no espaço, o que permite sua aplicação em missões realizadas por astronautas. O avião, um Airbus A300, decolou às 8h30 (3h30 em Brasília) do aeroporto de Bordeaux e aterrissou por volta das 12h30 (7h30). A aeronave sobrevoou o Atlântico a uma altura de entre 6.000 e 8.500 metros. A ausência de gravidade ocorreu durante 32 períodos de 20 segundos nos quais o avião fez quedas súbitas com uma inclinação de 47 graus dentro de uma trajetória fixada em forma de parábolas. "Se tivéssemos tido duas horas de ausência de gravidade contínua, teríamos operado uma apendicite", disse Martin, que co-dirigiu a intervenção junto ao cirurgião Laurent de Coninck. A fase seguinte do programa, prevista para 2007, consiste em que um robô faça uma operação cirúrgica nestas mesmas condições teleguiado por uma equipe médica em terra. O objetivo é poder enviar uma equipe médica à Estação Espacial Internacional (ISS) ou em outra missão espacial, como uma viagem à lua, por exemplo, em que poderia usar um robô similar em caso de urgência terapêutica. Além disso, os responsáveis do experimento asseguram que também pode servir para testar a tecnologia e os instrumentos para serem utilizados em lugares como as bases polares, navios ou a selva. Uma primeira fase desta experiência foi feita em 2003, quando se suturou a artéria de um rato em um ambiente sem gravidade para comprovar que eram possíveis gestos cirúrgicos complexos nestas condições. A experiência é realizada em colaboração com a Agência Espacial Européia (ESA), o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES) e a companhia Novespace, que explora o avião.
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