21 de ago. de 2006

O dia em que a Seleção Brasileira não voltou para o vestiário no intervalo
















João Saldanha foi treinador da Seleção Brasileira de 7 de abril de 1969 (vitória de 2 a 1 em um amistoso contra o Peru) ao dia 8 de março de 1970 (vitória também por 2 a 1 em amistoso contra Argentina). Substituiu Aymoré Moreira para montar o time que disputaria as Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970 e, na primeira convocação que fez, inovou ao escalar o time titular: Félix, Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel e Rildo; Piazza e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu.

Na escalação das 11 feras do Saldanha, como foi
veiculado no noticário da época, o treinador
aproveitou a base do Santos (Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel, Rildo, Pelé e Edu), completando
o time com Tostão e Piazza (Cruzeiro), Félix (Fluminense), Gérson (São Paulo) e Jairzinho
(Botafogo).

O Brasil estreou nas Eliminatórias no dia 6 de agosto de 1969, em Bogotá, vencendo a Colômbia por 2 a 0, no Estádio El Campin, com dois gols de Tostão. O adversário seguinte, quatro dias depois, foi a fraca Venezuela, em partida marcada para o Estádio Olímpico.

A diferença técnica entre as duas Seleções era muito grande, o que apontava para uma vitória de goleada do Brasil. Só que o time não conseguiu se encontrar no primeiro tempo, jogou um futebol abaixo de suas possibilidades, e por isso a expectativa de muitos gols se viu frustrada no 0 a 0 com que o jogo se encerrou na primeira fase.

Á beira do campo, furioso com a atuação da equipe, João Saldanha esperava impaciente que os jogadores se dirigissem ao vestiário. Quando isso aconteceu, encontraram a porta fechada - as chaves estavam mas mãos de Saldanha, que foi logo gritando.
- Não vou dar instrução nenhuma. Para jogar esse futebolzinho que vocês jogaram, nem adianta. Voltem lá e façam o que vocês sabem!

Os jogadores reagiram. Argumentando que precisavam beber água, utilizar o banheiro, insistiram para Saldanha abrir o vestiário.

- Não tem água, não tem nada! No vestiário niguém entra - falou Saldanha.

O time voltou direto para o campo, como confirma o capítão Carlos Alberto Torres.

- Ele não abriu mesmo, apesar dos pedidos. Ainda disse que os venezuelanos não jogavam nada e que a gente tinha obrigação de vencer por goleada.

Foi o que aconteceu. A Seleção Brasileira passou a dar show de bola, foi marcando um gol atrás do outro e terminou o jogo goleando por 5 a 0. Tostão (15m), Pelé (25m), Tostão (28 e 31m) e Pelé (33m) marcaram os gols do Brasil que terminou as Eliminatórias para a Copa de 70 de maneira invicta. Venceu depois o Paraguai (3 a 0), em Assunção, e no segundo turno a Colômbia (6 a 2), Venezuela (6 a 0) e o Paraguai (1 a 0), os três jogos no Maracanã.
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