29 de ago. de 2006

As histórias de Zagallo na Copa do Mundo. O tetra de 94


O quarto lugar na Copa do Mundo de 1974, com a frustração provocada pelo tetracampeonato que não veio, afastou Zagallo do comando da Seleção Brasileira. Ele acompanhou, como torcedor, as Copas de 78, 82, 86 e 90 em que o Brasil continuou sem o título.

Zagallo voltaria quase 20 anos depois, em outubro de 1991, com a missão de levar o Brasil ao tetracampeonato que a essa altura parecia distante. Só que não mais como treinador, mas coordenador de uma comissão técnica que tinha o amigo e, no início da carreira, discípulo Parreira na beira do gramado. Zagallo sentiu a diferença.

- Foi um grande desafio. Com quase 30 anos como treinador, tive que me adaptar à nova função, saber a exata medida de conviver profissionalmente com o Parreira sem infuenciá-lo.

Por uma questão de lealdade, Zagallo conta que muitas vezes teve de divergir de Parreira, na troca de opiniões, mas sem nunca interferir na decisão final que cabia ao técnico.

- A palavra final sempre foi dele. Trocávamos idéias, dava opiniões, mas o comandante sempre foi o Parreira.

A dupla, afinada pela cumplicidade de uma convivência profissional que começou no México, em 1970, deu mais do que certo. O trabalho começou a dar resultados logo no primeiro ano.

- Assumimos em 91 com a Seleção Brasileira fora das primeiras colocações do ranking da FIFA, hegemonia que conseguimos recuperar.

As Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994 foi o passo seguinte. A vida de Zagallo e Parreira começou a ficar difícil. As exibições pouco convincentes dos primeiros jogos, em que a Seleção ainda não estava entrosada, e a derrota de 2 a 0 para a Bolívia, a primeira em Eliminatórias, resultou em uma enxurrada de críticas e cobranças exageradas.

- A pressão passou a ficar insuportável. Mas o time começou a mostrar bom futebol nos jogos da segunda fase e se classificou com aquela exibição epetacular diante do Uruguai no Maracanã.

A Seleção Brasileira seguiu para os Estados Unidos ainda sob forte presão. Parreira passou a ser quesitonado pela escalação demasiadamente defensiva (na opinião de grande prte da crítica) com que armou o time que iria tentar o tetra mais uma vez.

- Enquanto parte da imprensa criticava, a gente trabalhava. O grupo fechou-se em torno do objetivo, ficou mais unido ainda.

Zagallo aproveita para situar corretamente o que considera o grande equívoco que virou verdade na época. A Seleção do tetra jamais foi defensiva.

- O Parreira armou a Seleção de acordo com as características dos jogadores que tinha. Aquele time não jogava na defesa, ele era, sim, equilibrado em todos os setores. Era também muito competitivo, na luta pela posse da bola. E tinha o talento da dupla Bebeto e Romário na frente para decidir.

Debaixo de pressão e descrédito, portanto, a Seleção Brasileira foi superando os adversários até vencer a Itália na final, nas cobranças dos pênaltis e conquistar, invicta, o tetracampeonato que fugira a Zagallo 24 anos antes, na Alemanha.

- O tetra significou a vitória de um grupo determinado, que acreditou sempre no título, mas também da competência da comissão técnica e do talento dos jogadores. É dessa maneira que a Seleção de 94 tem de passar para a história.

Em 1998, de novo como treinador, a derrota na final para a França
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